Os Zulus de terno, Dandies Africanos & o Rimador mais elegante!
Nosso rap de cada dia hoje sai dos players e vai parar no Youtube e MTV. Agora chegou do rapper Rincon Sapiência, o clipe da música “Elegância” foi lançado semana passada e teve grande destaque e repercursão nas redes sociais.
“. . . pago pouco pelos panos mas sou vaidoso. . .”, “as mina devem pensar: que neguim metido”, são versos que o Rincón manda . . . Mas saindo daqui da terra brasilis e indo lá pra mãe Africa, também encontraremos uns pretos bem trajados, elegantes e charmosos.
Não pagam pouco pelos panos, pelo contrário, os Sapeurs - como são chamados os seguidores da cultura SAPE - pagam até 100.000 francos congoleses, aproximadamente R$380,00 por roupas usadas de grifes francesas, como Pierre Cardin, Carducci, Jean Pierre entre outros nomes que precisamos fazer biquinho para pronunciar; para se ter uma idéia do peso dessa cultura por lá, os ternos chegam a entram para os testamentos da família.
A cultura SAPE originou-se na região de Congo Brazzaville como imitação do estilo dos colonizadores belgas e franceses. A sigla significa Société des Ambianceurs et des Personnes Élégantes - em tradução livre: Sociedade dos “Ditadores de Tendência” / “Formadores de Opinião” e das Pessoas Elegantes. A extravagente maneira que os congoleses encontraram para fugir do triste cotidiano de pobreza, rendeu até um livro chamado "Gentlemen of Bakongo: The African Dandies".
Considerados artistas em suas comunidades, eles têm real admiração e respeito de seu povo; além de arrancarem uns suspiros das negas, pois é regra estarem elegantes e charmosos todos os dias . . . serem cavalheiros e gentis com todos a sua volta . . aí já viu, né? ! Outro preceito é não abusar das cores: “são três, no máximo, em cada produção”. Mas você observará que também não há a ausência delas. Combinam as meias com a gravata, o chapéu . . . usam as cores como elemento fundamental nas produções.
Sem o glamour que rodeia os sapeurs, porém não menos elegantes, são os Swenkas, grupo de homens de características e vestimentas semelhantes na região sul da África. Eles se reúnem nas noites de sábado, trajados impecavelmente, e avaliados pela aparência e apresentação por um júri selecionado.
São trabalhadores comuns e freqüentemente acumulam prestações para permanecerem no seleto grupo.
Mas não pensem que suas mulheres fazem barraco quando seus maridos não pagam a conta de água e luz, só para manter a elegância. Isso é motivo de orgulho para elas, portanto: sem água, sem luz, mas elegante . . . tá tudo certo!
Ser um Swenka rende uns tostões, mas normalmente o valor do prémio é destinado à compra de novas roupas. Geralmente, tais concursos valem prêmios em dinheiro. Em ocasiões especiais, como o natal, os prêmios são mais valiosos: costumam ser oferecidos relógios de ouro, cabras e até vacas aos vencedores.
Elegante na corridda pra ganhar uns mango
E aí, achou que cai bem?
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Documentário The Swenkas (2004)
Na minha vitrola: Elegância - Rincon . . . pra inspirar, né?
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