7.11.18

Aisha Mbikila X Nike

A nova coleção da Nike é daquelas que dá alegria só de olhar. As cores vibrantes fazem parte deste sentimento, mas a inspiração em personalidades femininas latinas faz toda a diferença. A linha Nike HyperFlora, que chega às lojas no dia 8 de novembro, ganhou estampas pintadas à mão com contrastes entre o azul escuro, vermelho e verde, além da versão mais leve, em tons pastel, como rosa, cinza, azul claro e amarelo. 




A marca convidou três mulheres inspiradoras e conectadas com o esporte para participarem da campanha. Entre elas, a dançarina Aisha Mbikila, a única brasileira das fotos. "Foi muito legal conhecer as meninas (Oriana e Chiara). Com certeza eu acredito que as mulheres ficam mais fortes quando estão unidas pois juntas, a gente se inspira, se desconstrói e brilha. O machismo sempre tentou nos afastar, mas a união das mulheres é para mim uma das coisas mais importantes", diz Aisha.



Saiba mais sobre a dançarina:

Sua relação com a dança começou quando você tinha 14 anos, após praticar ginástica rítmica e nado sincronizado. Como foi esse primeiro contato com o esporte?

Os esportes que eu praticava tinham uma conexão musical com a corporalidade, diferente de algumas modalidades que exigem apenas força. Mesmo nado sincronizado e ginástica rítmica demandarem esforços físicos, sempre foi um esporte musicalizado. A dança é um esporte que sempre fui conectada. Aos 14 anos me juntei com um grupo de amigas, jovens negras de Brasília para criarmos um grupo de dança. Estávamos sempre nas festas dançando e curtindo e viviam nos perguntando se éramos um grupo e se dançávamos profissionalmente. A partir deste período, decidimos nos encontrarmos semanalmente, buscar um espaço para os treinos e ensaios e suporte para pesquisas musicais, profissionais e professores. O nome do nosso grupo, Ashantis Negras, tem como inspiração o povo de Gana, da Costa do Marfim. Levei para o grupo o significado do nome, Mulheres Fortes, que vai ao encontro da nossa vivência como meninas negras.


Você iniciou suas pesquisas sobre ritmos africanos de Angola, Nigéria, Costa do Marfim e Gana ainda adolescente. Hoje em dia, você se dedica à dança profissional e dança contemporânea africana. De onde veio esse interesse pela dança africana?

A dança africana sempre fez parte de alguma forma da minha rotina, porque eu venho de uma família que sempre me levou em apresentações, teatros, amostras de cinema, conferências nacionais e internacionais, encontro de mulheres, encontros de cultura, sempre no segmento com as questões raciais da população negra. Então, quando fui me dedicar e me profissionalizar na dança contemporânea africana, foi um encontro de muitas coisas.
Me aprofundei na dança e fui estudar teatro, vertente da minha expressividade que complementa meu conhecimento cênico. Meu objetivo é passar mensagens com meu corpo, performar em videoclipes, fazer meu trabalho. Juntar moda, teatro e dança.



Como você vê o empoderamento através do esporte?

O esporte é um ambiente que trabalha muito isso nas mulheres, o empoderamento. Desde uma caminhada, corrida até algum esporte olímpico, o esporte exige muita dedicação. São desafios quebrados diariamente em relação a força, flexibilidade, conquistas e fases. O esporte nos ajuda a resistir, se reinventar e não desistir e movemos o mundo quando nos unimos, nos fortalecemos e nos divertimos, juntas.

Via Revista Glamour